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violências nas escolas
Novamente: professores, alunos e tempos modernos
Após a postagem do texto “professores, escola e tempos modernos”, eu não gostaria de tratar sobre educação tão cedo aqui no Grooeland, mas é impossível evitar aquela “coceira nos dedos” para digitar algumas linhas sobre o assunto – e, na verdade, veremos que não se trata especificamente de educação.
No texto citado logo acima, dentre outros assuntos ligados à educação, falei sobre a função da escola, que deve ser repensada e resgatada. Nesta semana alguns fatos ocorridos em escolas públicas no país assustaram a população de modo geral e demonstram qual é a finalidade da escola atualmente.
Nesta segunda-feira, dia 23, um estudante de 18 anos foi assassinado dentro da sala de aula em uma escola em Salvador, no turno da noite. Detalhe: no momento do crime, havia aproximadamente 20 alunos na sala de aula, que assistiram toda a ação.
Ainda na segunda-feira 23, uma professora foi agredida por uma aluna de 15 anos em uma escola no Rio Grande do Sul. A professora sofreu traumatismo craniano e fratura cervical. A adolescente afirmou que faria tudo novamente.
E nesta quarta-feira, 25, alunos de uma escola pública na periferia de Salvador tentaram linchar um professor de educação física que teria agredido uma aluna. Como não conseguiram "fazer justiça", alunos promoveram verdadeiro quebra-quebra, destruindo vidraças e banheiros da unidade escolar. O professor leciona no local há 18 anos e teve que ser escoltado pela polícia até a delegacia. Apenas para registrar: a mãe da aluna (adolescente com 15 anos de idade) supostamente agredida não compareceu à delegacia porque já conhece o comportamento da filha e não tinha motivação para acusar o professor de agressão nenhuma.
O professor português António Novoa ( este, sim, um especialista de fato em educação e que vale a pena ser lido e ouvido) já afirmou que “as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada funciona”.
O professor Novoa foi muito feliz. Nos três fatos relatados, o que se percebe é uma violência desmedida, gratuita e crescente por parte de adolescentes. Professores, acuados e sobrecarregados, encontram-se fragilizados emocionalmente e trabalham “no limite”. O ambiente escolar, hoje, é inseguro e assemelha-se, em muitos casos, a uma praça de guerra. Quem diz que esta violência gratuita é um problema apenas da escola erra de diagnóstico: é um mero reflexo do que temos em sociedade.
UMA IDEIA "BRILHANTE"!
No texto citado logo acima, dentre outros assuntos ligados à educação, falei sobre a função da escola, que deve ser repensada e resgatada. Nesta semana alguns fatos ocorridos em escolas públicas no país assustaram a população de modo geral e demonstram qual é a finalidade da escola atualmente.
Nesta segunda-feira, dia 23, um estudante de 18 anos foi assassinado dentro da sala de aula em uma escola em Salvador, no turno da noite. Detalhe: no momento do crime, havia aproximadamente 20 alunos na sala de aula, que assistiram toda a ação.
Ainda na segunda-feira 23, uma professora foi agredida por uma aluna de 15 anos em uma escola no Rio Grande do Sul. A professora sofreu traumatismo craniano e fratura cervical. A adolescente afirmou que faria tudo novamente.
E nesta quarta-feira, 25, alunos de uma escola pública na periferia de Salvador tentaram linchar um professor de educação física que teria agredido uma aluna. Como não conseguiram "fazer justiça", alunos promoveram verdadeiro quebra-quebra, destruindo vidraças e banheiros da unidade escolar. O professor leciona no local há 18 anos e teve que ser escoltado pela polícia até a delegacia. Apenas para registrar: a mãe da aluna (adolescente com 15 anos de idade) supostamente agredida não compareceu à delegacia porque já conhece o comportamento da filha e não tinha motivação para acusar o professor de agressão nenhuma.
O professor português António Novoa ( este, sim, um especialista de fato em educação e que vale a pena ser lido e ouvido) já afirmou que “as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada funciona”.
O professor Novoa foi muito feliz. Nos três fatos relatados, o que se percebe é uma violência desmedida, gratuita e crescente por parte de adolescentes. Professores, acuados e sobrecarregados, encontram-se fragilizados emocionalmente e trabalham “no limite”. O ambiente escolar, hoje, é inseguro e assemelha-se, em muitos casos, a uma praça de guerra. Quem diz que esta violência gratuita é um problema apenas da escola erra de diagnóstico: é um mero reflexo do que temos em sociedade.
UMA IDEIA "BRILHANTE"!
Mas em São Paulo tudo está bem. O governador do estado, Nosferatu Serra, colocou em prática a sensacional idéia de premiar com bônus salarial os professores das escolas que alcançarem as metas estabelecidas pelo IDESP (índice de Desenvolvimento das Escolas de São Paulo). Ou seja, é uma idéia tão brilhante quanto criar dois Paraguais e excluir o Equador na América do Sul. Despreza-se a situação socioeconômica de escolas e alunos “medindo” a educação em índices estatísticos. É como se todas as escolas fossem iguais e com as mesmas necessidades, tanto as escolas localizadas no Morumbi como as escolas localizadas em Parelheiros. E se o professor adoece, não tem bônus; se o aluno adoece, interfere na bonificação. Welcome to the Machine!
Para horror dos “especialistas” da VEJA, FOLHA e da equipe de educação do governo Nosferatu Serra, cito ele, o terrível comunista Paulo Freire: “Na verdade, o treinamento estreito, tecnicista, habilita o educando a repetir determinados comportamentos. O que precisamos, contudo, é algo mais do que isto”.
Este “algo mais” se constrói resgatando a função da escola, como espaço de socialização, de difusão do conhecimento e complemento da educação familiar. A educação pode mudar o mundo, mas isolada não há como promover a mudança que todos desejam – a não ser mudanças de países, com o Paraguai finalmente tendo uma praia e o Equador sumindo do mapa. (confira o post "Viva Los Paraguay")
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Vote no Grooeland para a categoria “cotidiano” e no “Melhor Opinião” para a categoria “humor” no concurso de blogs da comunidade do orkut “eu tenho um blog”. Yes, you can!
Para horror dos “especialistas” da VEJA, FOLHA e da equipe de educação do governo Nosferatu Serra, cito ele, o terrível comunista Paulo Freire: “Na verdade, o treinamento estreito, tecnicista, habilita o educando a repetir determinados comportamentos. O que precisamos, contudo, é algo mais do que isto”.
Este “algo mais” se constrói resgatando a função da escola, como espaço de socialização, de difusão do conhecimento e complemento da educação familiar. A educação pode mudar o mundo, mas isolada não há como promover a mudança que todos desejam – a não ser mudanças de países, com o Paraguai finalmente tendo uma praia e o Equador sumindo do mapa. (confira o post "Viva Los Paraguay")
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VOTE NO GROOELAND NA CATEGORIA "COTIDIANO" NO V CONCURSO DE BLOGS DA COMUNIDADE "EU TENHO UM BLOG" NO ORKUT E VOTE NO "MELHOR OPINÃO" NA CATEGORIA "HUMOR". YES, YOU CAN!
ResponderExcluirPrimeirão mesmo!!! Mas tu tá a um voto da liderança Groo!
ResponderExcluirOlha, a escola é o segundo lugar onde podemos viver socialmente, já que o primeiro é a família. O fato de essas coisas bárbaras (no sentido de selvagem) acontecerem é porque as famílias não estão formadas da melhor forma. Não estou dizendo que a família tradicional de pai, mãe e filhos seja o melhor modelo, mas na maioria das vezes, as crianças não têm quem os diga o que está certo ou errado. Não têm nem incentivo à cultura. Isso é perigoso e a consequência é essa. Não podemos virar às costas. E vc fez muito bem nesse post.
O Brasil é um país riquíssimo, mas tem problemas culturais fortes. Não podemos deixar acontecer esses absurdos. Quando eu estudava na escola (pública) nunca teve esse tipo de problema. E olha que sai da escola em 2005, não faz tanto tempo assim. Não sei se o problema é a cidade, a família ou os meios de comunicação. Se bem, que o problema é a sociedade como um todo. Estamos errados, precisamos mudar, mas isso só se faz com força de vontade... Pergunta pro Sarney se ele tem...
Valeu, Groo!!!
16 votos até agora! Galera, ajuda! rsrs
texto perfeito!
ResponderExcluirsou professor de história em escola pública de BH. Aqui Aecinho do Pó e sua secretária de educação Vanessinha não perdem em nada no quesito desleixo para o Serra.
Nossa escola é, como toda certeza, reflexo da sociedade em que vivemos.
Parabéns!
Parabèns
ResponderExcluirestarei inclusive indicando em meu blog!!
Anderson Assis
http://dedei23.zip.net
Cara, escola... Uma vez eu ouvi que todo mundo adora a escola, o problema são mesmo as aulas. Acho que muita coisa inútil é ensinada nas escolas do Brasil e o governo fica remediando a falta de qualidade na rede pública através de cotas para estudantes dessas escolas estaduais. Acho que o mal deveria ser curado pela raiz. Contratar mais professores, pagar melhor, melhorar toda a infra-estrutura desse sistema de educação brasileira que anda um caos.
ResponderExcluirAdorei sua crônica, bem oportuna!
Abraços
http://filme-pipoca.blogspot.com/
Já votei, já votei...
ResponderExcluirEntão. Não posso deixar de perguntar sobre o que li acima, nos comentários... É uma crônica? Pensei que era artigo. Preciso voltar pra escola e reaprender, aproveito e dou um pau no professor que me ensinou errado (gotas de ironia sempre que venho aqui escorrem pela minha boca).
"Despreza-se a situação socioeconômica de escolas e alunos “medindo” a educação em índices estatísticos. "
E não somos número? Seja na chamada ou na fila, somos apenas gados numerados.
E por essas e outras que muitas cursos superiores que formam professores estão tudo gratuito. Realmente com essa falta de respeito perante a um mestre que se dispoõe de tempo e conhecimento para fazer de voce alguem na vida tenha que passar por isso. Creio eu que esse negócio de bonus não ajuda em muito, fica algo comercial mas pelo menos da uma motivação para o Professor.
ResponderExcluirÉ, meu caro Groo... Perfeito, como sempre! E concordo em gênero, número e grau com o Novoa! Noutro dia, meu pai falava isso a respeito da nossa polícia... Enfim!
ResponderExcluirDebates, discussões, reflexões... E soluções? Sei lá, tô nessa há onze anos e não vejo muita perspectiva não... Mas até lá já terei me tornado um best-seller! Rsrsrsrs!
Abração... e boa sorte (pra nós)!
Em Brasília ocorrem muitas agressões a professores também, já vi professoras dizendo ter medo de alunos de 11 anos... imagina quando se tornarem adultos. Medo da educação ou falta de educação do Brasil.
ResponderExcluirCara vivi em salvador por 6 anos e sei como ta critica situação da educação publica no estado, as escolas nao tem condição, os professores nao levam as aulas a serio.E os alunos estão entrando pro mundo da bandidagem.Eh triste mas enquanto nao forem tomadas medidas drasticas esse quadro so tende a piorar.
ResponderExcluirValeu pelo comentário!
ResponderExcluirVocê que não é daqui e mora em SSA deve perceber essas coisas ainda mais facilmente que nós, que já estamos acostumados.
Falamos mesmo muita "porra"! rsrsrsrs
Mas o paulista fala muito "puta"! Tive que advertir meu marido quanto a isso, pois ele poderia ser mal interpretado em algum momento, alguém achar que ele estava chamando alguém de puta! kkkkk
Estamos praticamente empatados lá no concurso, hein? Se eu não estivesse concorrendo com certeza votaria no seu blog, pois gosto muito da forma que você fala sobre educação, principlamente. Você é formado na área? Vi que citou Nóvoa. Usei muito os textos dele no meu mestrado.
Abs.
muito bom mesmo, merece meus parabéns, o que eu aho mais paia é que essas noticias são de salvador, minha cidade natal, eu posso até não ter vivido muito tempo lá, mais isso chega a ser desgastante, uma dura degradação humana.
ResponderExcluira outra coisa: "dois Paraguais e excluir o Equador na América do Sul."
muito boa essa ^--^
Oi Groo.. eu sou a Rê do Indie de Boteco... eu já até tinha votado em vc, gostei muito do seu blog!
ResponderExcluirParabens por estar entre os 5 e boa sorte.. valewww!
bju!
É verdade,esses fatos são reflexos da vida do lado de fora da escola.
ResponderExcluirPor isso sou totalmente revoltada com a maneira que as pessoas encaram a vida,toda a competitividade,cobranças...tudo é agressivo demais!
Cada vez que vivo o mundo lá fora,fico perplexa e irritada.
Um beijão!!
É realmente um absuro o ponto em que chegamos na educação brasileira. O respeito simplesmente acabou, e quando se sente isso dentro do estabelecimento onde se esperar gerar respeito e disciplina, fica algo desilusório.
ResponderExcluirCrianças e adolescentes mal educados na rua, é o reflexo de uma educação frouxa e desatenta que recebem em casa, além dos péssimos exemplos da elite dirigente e dos políticos, tudo isso somado a impunidade.
ResponderExcluirSou professor de escola pública, tenho alunos carentes, sei bem o exército de pessoas sem ética e etiqueta que está se formando. Uma tristeza. Abraços e sucesso com o blog!
ResponderExcluirOra, ora! Vejam só!
ResponderExcluirMeu querido meio homonimo, achamo-nos?
Meu blog é de leitura mais fácil embora tenha de admitir que muitas vezes desagradavel a quem não é do meio - F1, literatrua, politica, esculhamba~ção etc... - porém, acho eu, que o google nos pregou a peça de nos colocar em contato.
Escolhi meu Sobrenome inspirado em Sérgio Aragonés, e pela sonoridade também: Considero Ron Groo um nome forte e tenho tido sucesso com ele.
Quanto à seu texto, a melhor palavra para definir a situação da educação no páis é: Deterioração.
Deteriorada por governos que não dão a ela seu real valor, parecendo até ingnorá-la de propósito para criar apenas mais massa de manobra.
Deteriorada pela falta de estrutura das novas familias que - me corrija se eu estiver errado - agora são formadas as pressas e no susto. Não se houve mais falar em planejamento famimliar.
Deteriorada por uma sociedade que glorifica a violência e banaliza o sexo e a põe no status de "cultura" com idolos rídiculos e estereotipados como Rappers, axé, forrós de teor sacana e rockinhos de qualidade altamente duvidosa.
Deteriorada - infelizmente - por gente que quer profissão e não comprometimento com a educação. Professores sem o menor tino para ensinar e que ainda estão nas salas de aula. Não me recrimine, conheço ao menos duas dezenas destes...
Como vê... As causas são muitas para estes atos que você citou.
O que é uma pena, já que somos uma sociedade relativamente jovem, 500 anos não é quase nada, e já estruturalmente estourada.
Ou como diria Caetano em "Fora da ordem": "... Aqui tudo ainda é construção e já é ruina..."
E a solução vai ter que partir de cada um.
Uma reflexão porfunda para enxergar os próprios erros. Descobri-los e saná-los, para só depois se voltar ao próximo.
Vai levar tempo e muito trabalho.
Mas tem de ser feito.
Abraço e obrigado pela visita.
Vou disponibilizar um lins para seu blog na minha página.
a Máquina Mortífera!
ResponderExcluirQuanto ao texto abaixo. Eu já flagrei muitos erros em livros de geografia que eu tinha, herança de uma ex-professora. Só agora que este fato vem ao público
Groo, você acertou no "caroço da questã", como diria o nosso analista de Bagé. ÉA escola é uma extensão de nossa casa, que por sua vez é o reflexo miniaturizado da sociedade. Apodrecendo um desses espaços de forma contagiante, é natural que a escola reflita o que se passa em casa, na rua e por ai afora. E já que o Estado trata e educação e saúde como negócios, é uma lástima a perspectiva futura. Paz e bem.
ResponderExcluirEstou ficando sem jeito...os comentários aqui são mais interessantes que meu próprio texto! Muito obrigado a todos!
ResponderExcluirE aproveitem e votem no Grooeland na categoria "cotidiano" no V concurso de blogs da comunidade "Eu tenho um blog" no orkut.
Aliás, faça a dobradinha: GROOELAND na categoria COTIDIANO e MELHOR OPINIÃO na categoria HUMOR.
Valeu, pessoal!
O ensino no Brasil carece de uma reforma urgente. O ensino particular virou comércio, o ensino público é uma lástima, salvo exceções... Estes episódios não foram os primeiros e nem serão os últimos... Cargas Horárias demasiadas, salários baixos e desmotivação (esta é a realidade da classe educadora brasileira) Por outro lado, alunos desinteressados e pais ignorantes, que ainda acreditam que o lugar de educar o filho é na ESCOLA e, não, em casa...
ResponderExcluirCaríssimo:
ResponderExcluirParabéns! Se o teu texto não fosse bacana, a gente (tanta gente!) não estaria tão frequentemente por aqui, e ainda pretendendo "meter a colher", dar pitaco, bater papo...
Estimule-nos!
BJS!
a educaçao brasileira eh uma merda!
ResponderExcluirTem selos la no meu blog pra vc =D
ResponderExcluirA escola é reflexo de uma sociedade que não tem estrutura, modelo, nem capacidade de se fazer valer. Precisamos de reformas decentes, é ridículo viver num país que é "proibido repetir de ano", é ridículo viver num país onde grande parte dos professores mal sabem o que lecionam.
ResponderExcluira educaçao a cada dia fica mais dificil... creio q estudar naun seja algo obrigatorio... mais sim escolha... se tal adolescente naun quer aprender, deixe-o fora.
ResponderExcluirou tente ajuda-lo de forma correta.
Parabéns pelo blog e pela postagem.
ResponderExcluirVou te seguir, assim poderei continuar lendo coisas interessantes.
Abraços!!!!