álcool
cerveja
ídolos populares
trânsito
A "inocente cervejinha"
Este assunto já foi tratado em 2006 no blog MASSA CRÍTICA em texto de minha autoria, mas é sempre bom voltar ao assunto...infelizmente para constatar que muito pouco mudou em relação às políticas públicas e o consumo de álcool pelos brasileiros.
Mas em 2007 o governo federal lançou a chamada “Política Nacional sobre o Álcool”, que visa a prevenção do uso abusivo de bebidas alcoólicas. E recentemente, antes do carnaval, veio a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos à margem das rodovias.
Isso porque realmente há abusos. O Brasil é um dos países recordistas em acidentes de trânsito. Em média 35 mil pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito e o álcool está presente em 75% dos casos.
E isso custa caro ao país. Um acidente com feridos custa à União algo em torno de 36 mil e com mortos a conta sobe para 270 mil. Estes valores correspondem aos custos com hospitais, ambulâncias, atendimentos de urgência, indenização de vítimas.
Evidente que a vida humana não tem preço e por isso medidas educativas e rígidas são necessárias. E uma dessas medidas deveria abranger a propaganda de cerveja na TV.
A televisão está presente em 98% dos lares brasileiros. Para a maioria da população, ela é a única fonte de notícias e entretenimento. O brasileiro passa em média 5 horas diante da TV diariamente. E a TV forma opiniões. Molda comportamentos. Vende muito bem. Foi criada para isso, aliás.
Vários fatores induzem ao consumo de bebidas alcoólicas principalmente na infância e na adolescência. Fácil acesso ao produto, estímulo dentro da própria casa com os pais...e a propaganda de cerveja com artistas populares e ídolos populares.
O que está por trás da propaganda é que ela legitima e banaliza o consumo de uma bebida alcoólica que causa acidentes, destrói famílias e gera violência. Além do apelo popular de uma Ivete Sangalo e de um Ronaldo, ídolos de milhares de jovens espalhados pelo Brasil, o consumo da “inocente cervejinha” é relacionado à alegria, à festa, ao agito, às mulheres gostosas na praia, na piscina...tudo gira em torno da latinha ou do copo cheio.
Seria muito simplista dizer que é coisa de “mente fraca que se deixa influenciar”. Se fosse assim, não seria necessário pagar a bagatela de R$ 9 milhões para Ivete Sangalo ser a garota-propaganda de uma marca de cerveja – que, diga-se de passagem, antes das campanhas estreladas pela cantora baiana, era marca execrada pelos “biriteiros profissionais”. A cantora tem carisma, vende muito bem e tem muitos fãs. O caso do jogador Ronaldo é idêntico: durante a Copa do Mundo era propaganda de cerveja até pela manhã no intervalo dos desenhos animados.
Esta questão da propaganda de cerveja é pouco discutida. Fala-se muito em leis, mas a própria constituição brasileira desaprova a questão de publicidade nociva:
artigo 220 do capítulo V, parágrafo 3: compete à lei federal "estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente".
Mas em 2007 o governo federal lançou a chamada “Política Nacional sobre o Álcool”, que visa a prevenção do uso abusivo de bebidas alcoólicas. E recentemente, antes do carnaval, veio a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos à margem das rodovias.
Isso porque realmente há abusos. O Brasil é um dos países recordistas em acidentes de trânsito. Em média 35 mil pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito e o álcool está presente em 75% dos casos.
E isso custa caro ao país. Um acidente com feridos custa à União algo em torno de 36 mil e com mortos a conta sobe para 270 mil. Estes valores correspondem aos custos com hospitais, ambulâncias, atendimentos de urgência, indenização de vítimas.
Evidente que a vida humana não tem preço e por isso medidas educativas e rígidas são necessárias. E uma dessas medidas deveria abranger a propaganda de cerveja na TV.
A televisão está presente em 98% dos lares brasileiros. Para a maioria da população, ela é a única fonte de notícias e entretenimento. O brasileiro passa em média 5 horas diante da TV diariamente. E a TV forma opiniões. Molda comportamentos. Vende muito bem. Foi criada para isso, aliás.
Vários fatores induzem ao consumo de bebidas alcoólicas principalmente na infância e na adolescência. Fácil acesso ao produto, estímulo dentro da própria casa com os pais...e a propaganda de cerveja com artistas populares e ídolos populares.
O que está por trás da propaganda é que ela legitima e banaliza o consumo de uma bebida alcoólica que causa acidentes, destrói famílias e gera violência. Além do apelo popular de uma Ivete Sangalo e de um Ronaldo, ídolos de milhares de jovens espalhados pelo Brasil, o consumo da “inocente cervejinha” é relacionado à alegria, à festa, ao agito, às mulheres gostosas na praia, na piscina...tudo gira em torno da latinha ou do copo cheio.
Seria muito simplista dizer que é coisa de “mente fraca que se deixa influenciar”. Se fosse assim, não seria necessário pagar a bagatela de R$ 9 milhões para Ivete Sangalo ser a garota-propaganda de uma marca de cerveja – que, diga-se de passagem, antes das campanhas estreladas pela cantora baiana, era marca execrada pelos “biriteiros profissionais”. A cantora tem carisma, vende muito bem e tem muitos fãs. O caso do jogador Ronaldo é idêntico: durante a Copa do Mundo era propaganda de cerveja até pela manhã no intervalo dos desenhos animados.
Esta questão da propaganda de cerveja é pouco discutida. Fala-se muito em leis, mas a própria constituição brasileira desaprova a questão de publicidade nociva:
artigo 220 do capítulo V, parágrafo 3: compete à lei federal "estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente".
A partir do momento em que o alcoolismo é considerado um problema de saúde pública e o consumo de álcool é estimulado através de propagandas em TV e emissoras de rádios, estas claramente vão contra a constituição brasileira.
Infelizmente vivemos em uma sociedade onde o dinheiro acaba “falando mais alto”. Artistas populares e jogadores de futebol poderiam usar sua fama e seu carisma para propagandas que condenem o uso de bebidas alcoólicas. Uma questão de responsabilidade social. Soa até ingênuo pensar assim.
É claro que os pais devem fazer sua parte, a escola...e governo deveria fazer como feito em propagandas de cigarros: foram banidas juntamente com campanhas anti-tabagistas.
O consumo diminuiu bastante. OU SEJA, a receita é conhecida. Falta coragem para brigar contra o lobby.
Infelizmente vivemos em uma sociedade onde o dinheiro acaba “falando mais alto”. Artistas populares e jogadores de futebol poderiam usar sua fama e seu carisma para propagandas que condenem o uso de bebidas alcoólicas. Uma questão de responsabilidade social. Soa até ingênuo pensar assim.
É claro que os pais devem fazer sua parte, a escola...e governo deveria fazer como feito em propagandas de cigarros: foram banidas juntamente com campanhas anti-tabagistas.
O consumo diminuiu bastante. OU SEJA, a receita é conhecida. Falta coragem para brigar contra o lobby.
FONTES PARA LEITURA
Quem quiser saber mais sobre o assunto, pode conferir nos links relacionados:
http://www.propagandasembebida.org.br/index_interna.php?siteAcao=Artigos - Vários textos sobre propaganda e bebida alcoólica.
http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/acidentesdetransito2.asp - o dr. Draúzio Varela entrevista médica fisiatra que fala da relação entre álcool e acidentes de trânsito.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=378TVQ005 - A TV e o brasileiro ( entrevista)
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Agradeço às visitas e aos comentários postados neste humilde mas limpinho blog que volta depois de 02 anos...Muito obrigado!
Assunto interessante, eu não bebo mas entendo quem bebe. A questão do beber e dirigir é uma questão de cultura, e isso é dificil de mudar, acho que se o governo não pergar firme nisso com medidas criativas ainda continuaremos a sofrer desse mau.
ResponderExcluirEu não bebo, hic! hic!
ResponderExcluirMas sei o quando é perigoso alcool e direção.
A midia faz td pra vender os seus produtos, e vende.
Abraço!
Parabéns!
ResponderExcluirDe novo!
cara gostei desse post.
ResponderExcluirAlcóol e direção não combinam mesmo.
Por um instante eu quase joguei fora minha latinha de cerveja. Mas sabe o que é, tem blog que nem bebendo,rs.
ResponderExcluirPor falar em Blog, já se apaixonou por um blog a primeira vista? Pois. Até copiei seu link e nem vou pedir permissão para colocar no meu.
Vc me salvou! Estava ficando ruím, embriagada, no meio de tanta porcaria que estava lendo.
Informativo, ideal.
Bom, me visita, quem sabe a paixão é recíproca.
www.virgulaantenada.blogspot.com
Acredita que tive que voltar para fazer duas perguntas e uma afirmação (veja só a inspiração que veio de vc, eu que sou somente uma vírgula, estou cheia de pontos)...
ResponderExcluirComo pôde ter coragem de ficar sem postar 2 anos? Egoísta!
Como pode não ter um banner seu pra melhorar meu blog? Faz um...
Está linkado!
Obrigada pela visita
ResponderExcluirwww.jlouthings.blogspot.com
Faz bem o tipinho dos governantes e dos mercadantes, não o Aloísio, coitado! Incita, para depois criticar e proibir, em vez de educar!!! Maravilha!1
ResponderExcluircoisa nova no Canis!!!
a midia bombardeia com as bundas, mulheres saradas [desde qdo cerveja dá músculo e emagrece???] e qual o incentivo do governo, e da propria midia, fazer o teste do bafometro, [aquilo deve ser um nojo ecaaaa, e a midia se deliciar encima de tanta tragédia anunciada, próprio p/ nosso jornalismo de araque.
ResponderExcluirgostei do teu blog, ja linkei tb
visite-me
http://www.sushidebanana.blogspot.com/