Who needs information?


(charge chinfrim...ou será xinfrim? Tanto faz, clica aí e veja que porcaria)

Nesta semana o microblog twitter alcançou a impressionante marca de 20 bilhões de mensagens em apenas 4 anos de existência. É muita informação rolando em meros 140 caracteres. Mas não é só twitter: o mundo vive uma overdose informativa.

Agora mesmo vai mais uma informação para que você tenha ideia do que estamos vivendo. Em 2008 cada norte-americano consumiu o equivalente a 34Gb de informação por dia de diversas fontes – TV, internet, celulares, revistas, blogs, etc. É como se o cidadão lesse 34 mil livros com 200 páginas em um dia. Estes dados estão na revista Galileu - Agosto de 2010.

O que tudo isso representa? Que fazemos parte de um período da história onde a informação está facilmente acessível a partir de diversos meios, evidente; a questão é o que fazer com tantos dados, tweets, textos, links, imagens, referências, áudios, enfim, esta avalanche de informações. Neste momento que você lê este texto (e poderia utilizar melhor seu tempo ao invés de ler esta bobagem, então agradeço a visita a este tosco blog) certamente está recebendo mensagens no e-mail ou no celular, os contatos do MSN começam a pipocar, os tweets da sua timeline já chegam a 300, 400 e a sensação de “perder tempo” provavelmente te levará à próxima aba ou janela. Se você chegou até aqui sem perder o foco, parabéns. Sempre tomo cuidado para encurtar os textos para o blog.

Costumo dizer que vivemos um período de transição. Os sociólogos, antropólogos e demais “ólogos” chamam este período de sociedade da informação, sociedade do conhecimento, contemporaneidade, sociedade pós-moderna e tantos outros termos que representam bem a incerteza de um período onde um tweet de 140 caracteres pode ser apenas mais uma garrafinha jogada em meio a esse mar de 20 bilhões de mensagens ou fazer a diferença com um link útil para alguém. É tudo muito dinâmico e não é possível tirar conclusões apressadas – por exemplo, que a internet incentiva a superficialidade e a banalidade. Zygmunt Bauman é quem traz o alerta: “a arte de viver num mundo hipersaturado de informação ainda não foi aprendida”.

Quem resiste? Até mesmo os meios tradicionais de comunicação já mantêm suas versões on-line dos jornais e revistas que estão nas bancas – na série de TV “Californication”, uma adolescente pergunta por que essas coisas ainda existem, não deixando claro se a referência era à banca de jornal ou ao jornaleiro; provavelmente, aos dois.

O meio escolar vive uma situação estranha: trabalha com informações o tempo todo, mas são basicamente as mesmas informações de 15, 20, 50 anos atrás. Hoje, na cultura do descarte e do fluxo de informações que se renova a cada segundo, a escola acaba se tornando um espaço um tanto “defasado” (aspas necessárias) – e os educadores tentam suprir esta “defasagem” do jeito que podem.

Desta vez não estamos simplesmente passando pela História: estamos efetivamente escrevendo e produzindo a História. Que seja em apenas 140 caracteres ou em um vídeo de 15 segundos. As gerações futuras dirão se isso valeu a pena.
***
Rumo aos 30 bilhões de tweets, siga-me: www.twitter.com/jaimeguimaraess
Título inspirado por Roger "Acid" Waters.

12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Primeiro gostaria de frisar minha discordância com as críticas que você faz ao seu blog e suas charges. São ótimos e tenho dito! u.u' Sempre provocam reflexões significativas.
    Em meio a essa avalanche de informações na era da tecnologia o que se pode, de fato, absorver de útil, de relevante? Pouca coisa, ao que vejo. Eu mesma costumo denominar minhas redes sociais como espaços de inutilidade pública porque só uso como entretenimento (e válvula de escape, como diz um amigo meu: 'nada mau, você tem um blog pra reclamar da vida, conheço pessoas que gastam por volta de R$200,00 em consultas com psicólogos e obtêm resultados inferiores'- ou seja, me é útil de alguma forma, rs). A questão é: saber digerir as informações que nos chegam, saber questionar, pensar sobre e não apenas receber tudo passivamente. Saber absorver e descartar de acordo com a relevância, separar o joio do trigo, clássico, acho que é um ponto importante. Mas nem todo mundo consegue fazer esse -simples-exercício. Penso no efeito que isso tudo tem para aqueles que se encontram em 'formação', de caráter, personalidade, opinião (nao que estes sejam coisas acabadas): crianças e adolescentes (e aqueles que fazem certa questão de nunca sair da adolescência também ¬¬). Certa vez um aluno de 9 anos disse que não sentia necessidade de ir à escola, pois aprendia muitas coisas no computador. Tal fala me fez [re]pensar as influências que as crianças recebem nesse emaranhado de informações e gerou uma discussão proveitosa em sala. Ok, educadores, inserir a tecnologia no contexto educacional é uma necessidade óbvia, aproveitemos o que os alunos trazem de bagagem e ampliemos isso, legal. Mas conversei muito com esse aluno e com os demais sobre o que podem ser espaços educativos e onde se pode buscar aquisição de conhecimentos, é claro que não é só na escola, mas essa tem sim seu papel e importância. E então me recordei e ressaltei uma frase dita por uma professora da faculdade: 'a internet é uma ótima fonte de informação. Mas o conhecimento...AINDA ESTÁ NOS LIVROS.'

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  3. O que escrever depois de um comentário brilhante como o acima, da querida Mary?
    No meu tempo não havia tanta informação disponível, era biblioteca e escrever a mão, pesquisa MESMO! E ninguém aprendeu menos por isso. Pelo contrário, comecei a ler muito cedo e pesquisas para o colégio eram feitas na biblioteca (lembro que adorava ir para a biblioteca Nacional), os amigos se encontravam na rua, jogávamos queimado, pique esconde... Minha infância foi muito boa!!! Nunca tive muito dinheiro, mas fui feliz nesse sentido... E não tinha redes sociais, MSN e etc e tal.
    Esse vigor que tive na minha infância não vejo nas crianças de hoje em dia. Estão sempre desinteressadas e apáticas com as coisas que não sejam ligadas a joguinhos virtuais e internet.
    Cria-se também um grande problema com as pesquisas. Até onde uma fonte de informação virtual é verdadeira e até onde o famoso Ctrl+C é capaz de levar o ser humano... Rsrsrs...
    Longe de mim criticar a internet. Adoro!!! Mas acho que tudo tem hora e tudo tem seu valor.
    Concordo com Mary, O CONHECIMENTO ESTÁ NOS LIVROS.

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  4. A informação e o conhecimento estão a um clique de quem quiser, mas pouca gente usufrui dela.

    Ainda é consumida muita babaquice na internet. Me refiro à fuxicar a vida de amigos, inimigos e parentes no Orkut, xingar muito no Twitter, acessar o site da Ego e acreditar piamente que quem lê G1 ou R7 é culto e bem-informado.

    Eu diria que as pessoas no geral consumem 85% de notícias irrelevantes e 15% de conhecimento útil.

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  5. Jaime, tem uma musiquinha antiga de Originais do Samba cujo refrão diz " cabeça que não tem juízo o corpo paga". Uma enormidade dessas informações que circulam por ai não servem para nada a não ser desviar o foco da formação, esta sim, a que interessa. Entendeu por que o corpo acaba pagando? Ontem , por exemplo estava ouvindo no rádio (é, amigo, ainda gosto de ouvir rádio) que a polêmica que os jogadores do Santos causaram no twitter, gerou milhares de mensagens. E veja quanta informação "útil" tinha na tal polêmica! Acho que a maioria deses 20 bilhões são destinadas ao mundo fashion. Eis a história que estamos construindo. Mas como você bem disse , deixemos o julgamento para daqui a um tempo. Meu abraço. Paz e bem.

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  6. Eu confesso que fui totalmente tomada por essa onda de informação e engajamento internético (acabei de inventar o termo! rsrsrs). Tenho tantos perfis em redes sociais que não dou conta. Às vezes começo a fazer o cadstro em um site e ele avisa: "Este usuário já existe." Nem lembro que já estava cadastrada!!
    Ao ligar o computador pela manhã já deixo 4 janelas abertas o dia todo: Google Reader, Orkut, Twitter e Facebook. Tenho que ficar ligada nesses site para não perder nenhum lance!
    É, tô ficando louca mesmo!

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  7. Se é você mesmo que faz as charges já adianto são ótimas!

    acho muito justo e coerente seus texto, tenho só 16, vivo no olho desse furacão de informações e às vezes questiono sobre sua qualidade, acredito realmente que a internet depende mais de seu usuário do que de qualquer outra coisa. Cabe a nós, o filtro do útil, do divertido, e do descartável.

    Sou à favor da informação banal, da piada, do texto leve, do filme que só serve para divertir. Assim como defendo que tudoisso deve ser dosado com cultura, e inteligência, e tudo pode ser encontrado aqui nesse milhões de páginas e agilizam e ocupam tanto nosso tempo. A internet é uma das melhores ferramentas já criadas quando guiada de maneira consciente!

    Aguardo sua visita: http://pontapedepartida.blogspot.com/

    Abraços!

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  8. Interessante a charge!

    Estamos sim na era da tecnologia, da informação, mas o engraçado que esta tecnologia que veio para somar, aos poucos nos mostra que é necessário termos cuidado com a mesma. Hoje os crimes internéticos existem e não existe uma punição de fato, uma lei para tal situação. Sobre informação, nem sempre esta vem para agregar.

    Mas é fato que a tecnologia e a informação mais facilitada ajuda bastante.

    Abraços

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  9. Muito bons os comentários. Talvez possa adicionar alguma coisa nesse rico artigo, como é o praxe aqui nessa "land". E talvez nem como um ólogo" que adoro classificar tudo. Por exemplo, tantam classicar nossa era de pós-moderna, mas ainda fico com a Moderna em inúmeros fatores, quando não a pré-história (inconsciente). Quanto à quantidade de informações, o exagero, isso prejudicou muito aqueles que dominavam absolutamente todos os meios. Agora, principalmente a internt, dá oportunidade de se esclarecerem "verdades" e se ler outras opiniões (e até outras artes). Será difícil ocorrer outra edição de debates presidenciais como de 1989.

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  10. Jaime,

    Muito pertinente esta sua postagem, por coincidência, justamente agora que você faz um artigo mostrando números impressionantes desse mundo virtual eu estou tentando voltar a participar depois de um apagão que tive. Como você me fez uma gentil visita no meu “papo caseiro” não poderia deixar de vir aqui e agradecer suas palavras. Tive sorte, mais uma vez li um grande artigo seu. Saudações e muita sorte.

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  11. Então, tive um aula sobre isso essa semana. Sobre a influência da informação na sociedade e a forma como essa informação vem sendo absorvida.
    A grande evolução é que a informação deixou de ser unilateral e passou a ser feita por quem apenas a lia. Isso pode gerar muitos problemas, mas no geral é bom.
    Nós fazemos parte dessa geração que produz sua própria informação.
    Façamos isso com juízo.
    Beijos, Jaime.
    Você me ilumina sempre.

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  12. Sabe, Jaimão, eu acho que esse é o grande X da questão: até onde tudo isso vale a pena. A velocidade e o acesso à informação são realmente impressionantes. Se o presidente de uma pequena nação do outro lado do globo cai, ficamos sabendo de tudo aqui, quase em tempo real. Na minha opinião, o problema está mesmo no tipo de informação que se busca. A oferta é grande, mas será que estamos sabendo usar de toda essa faciidade da melhor maneira? Vá saber, né?

    Abração!

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