autores
brasileiro não gosta de ler
diversão
editoras
incentivo à leitura
livraria
livros
E quem se importa com livrarias fechando as portas?
(yes, a charge é minha. Pode xingar, mas seja gentil)
Outro dia me perguntaram qual era o meu local preferido no Shopping Center. Respondi que era a porta de saída, o que não deixa de ser uma verdade, mas uma meia verdade: tem também as livrarias, que eu sempre gosto de visitar e folhear algumas obras interessantes – e quando sobra um trocado, levo o livro para casa.
Há poucos dias fui ao Shopping e, claro, dei uma passadinha em uma livraria que eu gosto bastante. Mas havia algo estranho: primeiro, parecia que o estoque não renovava e algumas prateleiras estavam vazias; e o mais estranho de tudo: a loja oferecia um desconto de 30% em todos os livros.
Então o negócio é aproveitar! Não é todos os dias que tem uma “promoção” assim na livraria, não é? Mas antes de caçar alguns bons livros, vou tirar uma pequena dúvida com o proprietário da livraria:
- Não me diga que estão fechando a loja...
- Digo, sim. Infelizmente.
- Bom, nem vou perguntar o motivo.
- É, é só dar uma olhada na loja.
Quase vazia, mesmo com o cartaz enorme na fachada anunciando o desconto. E desta forma mais uma livraria na cidade fecha suas portas, ao passo que casas de shows e bandas de pagode que fazem sucesso com letras didáticas proliferam na capital baiana.
É complicado apontar apenas uma causa para o fato do brasileiro não dar importância para a leitura. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro apenas confirmou o que já se sabia: o contingente de leitores no país é muito reduzido. Há diversos fatores para que isso aconteça: falta de estímulo à leitura, preço dos livros, concorrência com a mídia eletrônica, analfabetismo, enfim, há uma gama de justificativas.
De fato, pagar R$ 20 por um pocket book, por exemplo, é uma afronta, mas se pensarmos que um sábado à noite em um pagodão “Todo Enfiado” ou nos funks “Atoladinhos” regado com a cervejinha leva tranquilamente 30 conto do cidadão não há muito sentido falar em “custo”, e sim em “prioridade” e “estímulo”; o livro continua sendo caro, sim, para quem ganha um salário mínimo e precisa sustentar a família.
E as bibliotecas das escolas: por que quase sempre vazias ou até mesmo servindo como “motelzinho” para namoricos de alunos, como acontece em algumas unidades escolares? Há quem diga em falta de incentivo à leitura nas escolas, mas eu prefiro dizer que falta continuidade. As crianças, na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I ( o velho primário) começam a ouvir as histórias contadas pelas professoras, frequentam a biblioteca, escolhem livros para ler, são movidas pela curiosidade de uma ilustração e assim são “fisgadas” ( o trabalho de um ilustrador de livro infantil é muito importante e deveria ser mais valorizado, assim como as Histórias em Quadrinhos). No entanto não há continuidade ao longo dos anos escolares, chegando ao ensino fundamental II (ginásio) quando finalmente há a “obrigatoriedade” da leitura. Isso afugenta as crianças e pré-adolescentes, que vêem a mídia eletrônica como algo muito mais prazeroso e divertido. E a leitura deveria ser isso nas escolas: prazerosa e divertida.
Mas não é só a escola. A própria pesquisa do Instituto Pró-Leitura demonstra que 63% dos não-leitores jamais viram os pais lendo algum livro. Aí poderíamos ter variantes como analfabetismo, baixa formação ou simplesmente desinteresse nas camadas sociais mais “privilegiadas”. O tempo passa, novas formas de se pensar e se relacionar assumem papeis relevantes na sociedade, mas a boa e velha ‘formação familiar’ ainda é fundamental. Uma pena que o próprio conceito de “família” vem se modificando, mas essa é outra história.
E o que irá substituir aquela livraria no shopping? Não sei e nem procurei saber. Talvez uma dessas lojas que vendem aparelhos de celular ou um stand do estilo “Central do Carnaval”. Ou, quem sabe, uma grande lanchonete de fast food pra entupir as artérias de todo mundo. Isso, sim, faz falta para as pessoas. Uma livraria a menos não importa.
PS: aproveitei a promoção e adquiri o delicioso “Confissões de um Anjo da Guarda”, de Carlos Trigueiro e “À Mão Esquerda”, do genial Fausto Wolff. Enquanto isso, o stand de vendas pro Reveillon com Ivete Sangalo e Psirico (ao menos tem Vanessa da Mata pra salvar a passagem de ano), com ingressos mais baratos custando R$ 130, “bombava”!
Siga-me no twitter: http://twitter.com/jaimeguimaraess
Outro dia me perguntaram qual era o meu local preferido no Shopping Center. Respondi que era a porta de saída, o que não deixa de ser uma verdade, mas uma meia verdade: tem também as livrarias, que eu sempre gosto de visitar e folhear algumas obras interessantes – e quando sobra um trocado, levo o livro para casa.
Há poucos dias fui ao Shopping e, claro, dei uma passadinha em uma livraria que eu gosto bastante. Mas havia algo estranho: primeiro, parecia que o estoque não renovava e algumas prateleiras estavam vazias; e o mais estranho de tudo: a loja oferecia um desconto de 30% em todos os livros.
Então o negócio é aproveitar! Não é todos os dias que tem uma “promoção” assim na livraria, não é? Mas antes de caçar alguns bons livros, vou tirar uma pequena dúvida com o proprietário da livraria:
- Não me diga que estão fechando a loja...
- Digo, sim. Infelizmente.
- Bom, nem vou perguntar o motivo.
- É, é só dar uma olhada na loja.
Quase vazia, mesmo com o cartaz enorme na fachada anunciando o desconto. E desta forma mais uma livraria na cidade fecha suas portas, ao passo que casas de shows e bandas de pagode que fazem sucesso com letras didáticas proliferam na capital baiana.
É complicado apontar apenas uma causa para o fato do brasileiro não dar importância para a leitura. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro apenas confirmou o que já se sabia: o contingente de leitores no país é muito reduzido. Há diversos fatores para que isso aconteça: falta de estímulo à leitura, preço dos livros, concorrência com a mídia eletrônica, analfabetismo, enfim, há uma gama de justificativas.
De fato, pagar R$ 20 por um pocket book, por exemplo, é uma afronta, mas se pensarmos que um sábado à noite em um pagodão “Todo Enfiado” ou nos funks “Atoladinhos” regado com a cervejinha leva tranquilamente 30 conto do cidadão não há muito sentido falar em “custo”, e sim em “prioridade” e “estímulo”; o livro continua sendo caro, sim, para quem ganha um salário mínimo e precisa sustentar a família.
E as bibliotecas das escolas: por que quase sempre vazias ou até mesmo servindo como “motelzinho” para namoricos de alunos, como acontece em algumas unidades escolares? Há quem diga em falta de incentivo à leitura nas escolas, mas eu prefiro dizer que falta continuidade. As crianças, na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I ( o velho primário) começam a ouvir as histórias contadas pelas professoras, frequentam a biblioteca, escolhem livros para ler, são movidas pela curiosidade de uma ilustração e assim são “fisgadas” ( o trabalho de um ilustrador de livro infantil é muito importante e deveria ser mais valorizado, assim como as Histórias em Quadrinhos). No entanto não há continuidade ao longo dos anos escolares, chegando ao ensino fundamental II (ginásio) quando finalmente há a “obrigatoriedade” da leitura. Isso afugenta as crianças e pré-adolescentes, que vêem a mídia eletrônica como algo muito mais prazeroso e divertido. E a leitura deveria ser isso nas escolas: prazerosa e divertida.
Mas não é só a escola. A própria pesquisa do Instituto Pró-Leitura demonstra que 63% dos não-leitores jamais viram os pais lendo algum livro. Aí poderíamos ter variantes como analfabetismo, baixa formação ou simplesmente desinteresse nas camadas sociais mais “privilegiadas”. O tempo passa, novas formas de se pensar e se relacionar assumem papeis relevantes na sociedade, mas a boa e velha ‘formação familiar’ ainda é fundamental. Uma pena que o próprio conceito de “família” vem se modificando, mas essa é outra história.
E o que irá substituir aquela livraria no shopping? Não sei e nem procurei saber. Talvez uma dessas lojas que vendem aparelhos de celular ou um stand do estilo “Central do Carnaval”. Ou, quem sabe, uma grande lanchonete de fast food pra entupir as artérias de todo mundo. Isso, sim, faz falta para as pessoas. Uma livraria a menos não importa.
PS: aproveitei a promoção e adquiri o delicioso “Confissões de um Anjo da Guarda”, de Carlos Trigueiro e “À Mão Esquerda”, do genial Fausto Wolff. Enquanto isso, o stand de vendas pro Reveillon com Ivete Sangalo e Psirico (ao menos tem Vanessa da Mata pra salvar a passagem de ano), com ingressos mais baratos custando R$ 130, “bombava”!
Siga-me no twitter: http://twitter.com/jaimeguimaraess
É complicado sobreviver num mercado tão desvalorizado. Não creio que as pessoas não gostem de ler livros... o problema é COMEÇAREM a ler um. Depois que pegam, em geral não param mais até a história toda acabar.
ResponderExcluirQuando a gente vê tantos autores se dando bem por aí, como Stephenie Meyer (da saga Crepúsculo), Dan Brown (Código da Vinci) e livros que não saem dos tops, como "A Cabana", "Marley e Eu", "Harry Potter", etc. percebe que o problema, mesmo, é convencer o leitor que ler é bom. O que Harry Potter tem que tantas outras historinhas infantis não têm? NADA! Apenas conseguiu convencer seu público-alvo de que o livro é bom. E olha que são livros grossos pacas!!
É assim com os quadrinhos também. Está faltando originalidade! Se o material é ruim, ou muito parecido com vários outros, o povo não vai querer pagar por isso. E pior, o povão acaba pensando que ler é ruim, graças aos milhares de péssimos e caros livros lançados por aí.
Além disso, como você citou, há inúmeros outros fatores que colaboram para a falência das livrarias. Já temos tudo na internet; são muitos analfabetos no Brasil; falta incentivo, etc.
Enfim, o problema é cultural? Sim! Falta incentivo? Falta! Mas os escritores, mesmo, também compartilham uma mea-culpa. E, com isso, as livrarias se ferram!
Aqui, no Estado de SP, as livrarias continuam vendendo livros caros e se mantendo numa boa. Portanto, as estatísticas devem levar em consideração essas diferenças regionais, também.
Ah, curti a charge, cara! Pow! Já pensou em desenhar pra jornais?
Abraços o/
É Jaime, concordo com tudo o que você disse. Mas vou falar pelo lugar em que moro (Niterói), o Marcelo pode concordar comigo. As livrarias de shopping vivem cheias. Sempre enfrento fila na Saraiva. Mas é cheia porque é em Shopping. As que ficam fora conseguem abocanhar os universitários que precisam de livros que não vendem em livrarias de shopping. Bem, eu sempre vou numa livraria chamada Odisséia, bom nome, não é? Vou ser sincero, não gosto de sebos, tem vários por aqui, mas eu gosto de livro novo. rs E adoro os pocket books da LPeM. será que acertei o nome? rs
ResponderExcluirBem, como Niterói é uma cidade com 5 universidades e com muitas escolas, e uma população média de classe média, acho que o problema com os livros é menor. Não digo que não existe. Tenho muitos amigos meus que preferem ver o filme e não ler o livro ou sequer lêem algum livro. Ou pior, mal leem jornal, internet, nada. Se o texto tiver mais de três parágrafos eles simplesmente param com o "martírio". Vou ser muito sincero, acho que o GRANDE problema da falta de leitura é o mesmo do trabalho. É visto como obrigação. As pessoas acham que é obrigação e então não o fazem. Quantos não acham que trabalhar é humilhante porque era visto como castigo na adolescência? Quantos não acham que os livros são ruins porque os pais diziam "Se não ler não vai jogar videogame ou futebol, ouviu né moleque?".
Eu já entrevistei muita gente, em comunidade carentes (odeio esse eufemismo) em casas maravilhosas. Mas o problema não está na escola, está na má utilização dos professores dessa ferramenta. O livro é uma das ferramentas básicas, mas que poucos sabem usar. Acho que o curso de pedagogia deveria ter uma matéria "Oficina de Leitura: Aprenda a ensinar".
Bem, sei que como você, os livros são ótimos para ensinar e para aprender. O processo de aprendizagem precisa ser mais bem trabalhado, mais lúdico. Deixe que as crianças "leiam" as figuras. Logo logo elas vão gostar de ler palavras. Foram os mangás e HQs que me fizeram gostar de ler. Bem, hj eu leio muito.
Você já me apresentou alguns autores que eu adoro, um bom exemplo é o Tchekhov. Quando aos 12 anos eu iria imaginar que o Homem Aranha me seria útil na vida de jornalista?
Abraçãoooooo!!!
E Texto maravilhoso!!! Mas é chover no molhado dizer isso. rs
Valeu!
PS: Ah! Quando puder siga o http://www.blogdaucamniteroi.com.br
É o blog da facul que to fazendo.
Sou pidão mesmo rsrs
Oie, adorei a charge e o texto, descobri seu blog por acaso e pelo visto vou demorar muito aqui, rsrsrs.
ResponderExcluirVc apontou as causas exatas do problema. Difícil é conseguir soluções. Tenho medo de que as gerações futuras não consigam sequer entender o que é um livro, e qual a importância de leitura. Vejo um sem-fim de superficialidades, de gente ávida por saber um pouco de tudo e no fim... não sabe nada. E dá-lhe falar sozinho no Twitter. =/
Caro Jaime, no tempo que freqüentava semanalmente os Shoppings da cidade, juntamente com minha família, meu programa favorito constava de uma sessão de cinema, visita a praça de alimentação para saborear alguns chopps com batata frita e para encerrar uma tarde no Shopping, a visita a uma grande livraria, com revistaria e jornais do dia. Esse era o meu hábito que terminei passando para o meu neto. Hoje quando ele vai com a mãe ao Shopping, depois é claro de visitar o Parque de brinquedos eletrônicos, pede para ir à livraria, e lá fica um tempão na seção de livros para crianças. Isso mostra que bons exemplos proporcionados pelos mais velhos, terminam transformando em bons hábitos para os jovens. Mas não é só isso, este meu neto mora em minha casa junto com a mãe (minha filha) e desde pequenininho (hoje tem oito anos), o mesmo tem sua mesinha com cadeira e muitos livros e revistinhas de histórias. Ali no seu cantinho, ele senta, desenha e fica a mexer em seus livros e revistas. Daí é que vai se formando mais um leitor e amante de livros, obviamente com uma grande ajuda da escola e professores. Cabe aos pais estimular desde cedo o hábito da leitura junto aos filhos, presenteando-os com livros ilustrados e revistinhas, como também lendo histórias para os mesmos antes de dormirem. Que cada um faça sua parte a seu modo e a seu jeito, contribuindo para que surjam cada vez mais jovens leitores, fazendo com que não se feche tão facilmente livrarias por esse Brasil. Infelizmente é fechando livrarias e abrindo novos bares. Um abraço, Armando.
ResponderExcluirRealmente, ninguém está preocupado com isso. Assunto é fechamento de boates!
ResponderExcluirPois é, ele quis se beneficiar de alguma forma com isso (ou é louco). Inclusive, estava vendo hoje na tv, que não vai mais ser preciso constituir advogado para mover processo contra alguém sobre racismo. A pessoa que se sentiu discriminada vai poder ir direto à autoridade (não sei bem qual, se vai ser uma delegacia especializada, direto ao juiz... não vi direito) ou seja, vai virar zona!
Quanto ao layout, os comentários não se perdem nunca, só se você apaga. Em relação aos seguidores, é só adicionar o gadget de novo (lá no painel do blog). Agora quanto aos links, existe uma forma de não perdê-los, mas eu não sei. Aí vocÊ tem que readicionar tudo mesmo. A não ser que sejam links de blogs que você segue. Porque aí no próprio gadget (blogroll) existe uma opção: "adicionar blogs que estou seguindo".
:D
Olá,
ResponderExcluirVim retribuir a visita e adorei seu cantinho!
Vou seguindo!
Beijos, beijos!
Opa! Obrigado pela visita lá no Mesa de Bar! rs Com mais calma, lerei seu blog! Me parece interessante!
ResponderExcluirAbração!
Estranhamente, sempre que estou com um livro nas mãos, seja no onibus ou no trabalho, as pessoas vem me perguntar se eu sou evangelico..
ResponderExcluirEu digo que não, eu sou niilista...
E a pessoa diz:
Ah, ta, é que vi você com o livro na mão, pensei que era evangelico (!)
wooowww
Acho que o brasileiro so lê a bíblia, e não consegue conceber na mente dele que alguêm "PERCA" seu tempo lendo qualquer outra coisa..
essa vida de escritor
ResponderExcluirseja de livros
ou jornal ou clouna
tá bm "triste".
mas creio q como tudo que é "rustico" e faz parte de uma história
sempre terá seu valor..
e não será a internet ou a comunicação instantanea q vai fazer toda a popualção desinteressar-se...e claro...comércios tbm tm q fazer sua parte...[inovando]]...
grande abraço
ótimo fDs.
e feliz dia das luzinhas de natal que não funcionam...
/O_REVOLTADO
Fala, meu velho! Demorei, mas cheguei!
ResponderExcluirTriste quadro esse. Engraçado que, lendo o seu texto, viajei aqui. Lembrei cá de casa. Cresci numa, cercado de livros. E num tempo onde não havia uma coisa chamada internet. Minha mãe era procurada por muita gente, atrás de material pra pesquisa escolar: "Dona Shirley, a senhora tem um livro que fale sobre o Renascimento?" ou "A senhora tem alguma coisa aí de Quimíca Orgânica?!" O que vinha de gente agradecer, entregando convite de formatura e falar que a ajuda dela havia sido fundamental, não tava no gibi. Mas, era outra época. E já faz muito tempo que ninguém procura minha mãe. A Internet matou com a delícia que era buscar um livro, correr atrás, ler e peparar o trabalho (de preferência, na boa e velha folha de papel almaço - pautado! Uahahahhahaahaaa). Belo ritual!
Claro que numa casa dessa, eu tive que tomar gosto pela leitura bem cedo. E lia tudo que caía na mão. De bula de remédio, prospecto de cartomante, até os clássicos da Literatura que minha irmã mais velha já lia. Mas tudo começou com o bom e velho gibi, que toda semana, meu pai me presenteava com um. Foram os gibis a minha primeira cartilha! É como o Renan falou: a gente começa pelas figuras. E eu também tinha um pai que era um figura, que lia as histórias pra gente, fazendo vozes estapafúrdias - mais maravilhosas. Coisa da minha mãe que leu em algum lugar, nos tempos de estudante, que a "contação de histórias" não devia ser ofício exclusivamente materno, mas também do pai, pra que os filhos vissem que a leitura não era coisa de moça. Uma tese bastante controversa, diga-se de passagem, mas que aqui funcionou.
Não sei o motivo que faz com que os livros encalhem nas prateleiras e, como consequência, as livrarias fechem as portas. Falta de formação do leitor? Preço acessível?! Talvez uma "farofa" com todos esses ingredientes. Só sei que é triste e lamentável. Quando uma livraria fecha, sinto a mesma dor quando um cinema encerra suas atividades. Só falta agora elas virarem igrejas...
Xi, falei demais... e besteira, pra variar!
Abração, meu véio!
Estamos na Era do Livros Onlines a Internet vai ownar... essa papelava vai virar Virtual é Futuro...
ResponderExcluirO problema é que 90% das pessoas aprendem ler de outro que escreve errado ex: hoje em dia povo ler tão rapido no MSN que nem se ligam que estão lendo mas é a verdade é leitura ali so que errada.
O que deve existir é invstir mais nessa parte nova de leitura fazer com que as pessoas escrevem certo e informatizar mais assim vai da para substituir o velho livro tranquilo.
http://raphax.com/blog/post/E-sem-procurar-te2c-foi-que-Te-encontrei.aspx
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGroo, meu caro, parabéns pela postagem.
ResponderExcluirNós, que amamos os livros, sabemos o quanto é triste vê-los em plano tão reduzido. Só discordo do que se diz num ponto: não acho livro algo "caro". Explico por quê. Se se levar em conta que um livro serve a uma gama de leitores (é possível emprestá-lo, sempre) e que, se bem cuidado, dura muitos anos, afirmar que ele é caro é, para dizer o mínimo, contraditório. Caro, de verdade, é ir a uma churrascaria, devorar seu produto e, mais tarde, inequivocadamente, expeli-lo. Isso é caro, mas as pessoas pagam com um prazer que não depositam na leitura de uma boa obra, seja ela literária ou não. Caro é um abadá, uma camisa de grife, um vestido que será usado por dondoquinhas apenas uma vez, já que não pode - nem deve! - repeti-lo, sob perigo de virar chacota das amigas.
Sou escritor e professor de literatura. Convivo com essa tristíssima realidade. Livrarias fecham e poucos se importam. Escrevo sobre esse assunto numa série que intiulo "Livros para quê", em meu blog. Lamento muito e, naturalmente, não me resigno. Não deixo meus alunos pré-vestibulandos em paz. Questiono-lhes sobre o assunto e acho que esse é o nosso verdadeiro trabalho.
Grande abraço.
É sempre bom voltar a esse seu espaço.
Grijó
É a porcaria da "incrusão digital".
ResponderExcluirNeguinho baixa na internet e despreza o trabalho do autor. 20 reais por um dvd de pagode rola, mas por um livro...
Jaime....olha eu aqui....kkk
ResponderExcluiradorei sua charge...ela msotra muito fielmente o que está acontecendo com os nossos jovens....muota contro c, control v e nada de leitura...
parabéns.......
ah! adorei seu blog
Vergonha, né? Pior, Jaime, tenho feito um trabalho para a universidade sobre um município no interior do interior do interior do Maranhão, Araioses, com uns 30 mil habitantes. Se aqui no Rio o estímulo é pouco, que dirá lá, lugar esquecido pelo Estado, esquecido pelo Brasil? Araioses já teve o 4º pior IDH do país...as bibliotecas são pouquíssimas, quando não foram fechadas, e possuem acervos vergonhosos de tão limitados.
ResponderExcluirA população, em óbvia consequência, costuma, falando no geral, escrever mal, com sérios problemas na educação, que refletem nas péssimas condições econômicas, sociais e políticas locais. Chato é que é dessa forma que o governo se mantém...Lá a população é quase que indiferente aos Sarney, reprovam completamente os atos da atual prefeita, corrupta, mas não fazem nada, pois aquilo já entrou num círculo vicioso.
E aí, como a gente muda isso?
Enfim, ótima charge! e é bom estar de volta!
Beijo,
Bia
www.politicachique.com.br
Jaime......
ResponderExcluirnem tosco e nem humilde...acabei de ler seu comentário em relação ao Arruda...e quando vi os termos tosco e humilde resolvi te escrever...
Gosto do seu blog, apesar de o estar seguindo ha apenas 1 dia, mas tem uma coisa nele que me atrai....não tem bundas, seios fartos, sexo, baixaria....e isso faz toda a diferença....
meu amigo...ando desanimada com meu blog, pois vejo que os agregadores estão querendo é ganhar fama com os adjetivos que citei acima.....
hoje, meia desanimada, andei dando uma passeada pela internet e achei essa matéria aqui... e que gostaria de compartilhar contigo
http://www.artigonal.com/blogs-artigos/blogs-mediocres-da-bundosfera-694844.html
estou com uma vontade doida de pedir autorização ao autor e publicá-la, como uma válvula de escape.....obrigada pelo comentário e pela adendo muito divertido (o tosco e humilde)
rsrsrsrsrsrsr
beijossss
Ei Groo! Será que lembra de mim? :)
ResponderExcluirComentava por aqui ano passado...eram uns comentários imensos! Parei de vir porque abandonei o blog, é meu ano de vestibular :)
Mas, agora que estou chegado ao final, resolvi abrir as portas novamentes!
Mas, quanto ao post:
eu adoro ler! Principalmente quando os livros não são obrigatórios, ou seja, os livros de vestibular. Eu até gosto de ler os indicados pelas faculdades, porque eles são até bons. Nós só precisamos tirar o preconceito de que livros de listas são ruins. Os da Ufba mesmo estão de parabéns, pelo menos a maioria.
De qualquer forma, falta um incentivo sim, por parte da escola, dos pais, do governo e principalmente das livrarias.
Vou te contar...ia comprar uns livros pra ler pro vestibular da Uesc e um mais caro que o outro! R$30, R$45... tive que recorrer ao Sebo On Line (/estantevirtual - recomendo!).
Quanto ao meu colégio, que é particular já apresento enormes críticas, quem dirá quanto aos colégios públicos? Por exemplo, lá na escola só podemos pegar 3 livros! E obviamente, todo mundo prefere pegar 3 livros de matérias do colégio. Não há como pegar livros de literatura, a quantidade de livros é pouca.
No final das contas, eu nem acho que ler seja tão fundamental assim. Melhor, acho que ler é muito bom, mas sinceramente, acho que programas televisivos de boa qualidades podem influenciar/informar/ajudar nós tanto quanto um livro. É apenas questão de gosto ;)
desculpe o comentário desorganizado!
=*
Oi Jaime!
ResponderExcluirLi seu texto e fiquei triste com a notícia. Depois do cinema um dos meus locais preferidos é a biblioteca. Adoro ler.
E olha aprendi, graças ao trabalho de meu pai que era sucateiro. Todos os dias ele trazia livros, jornais e revistas e por curiosidade comecei a ler e tomar gosto pela leitura. Meus pais não chegaram a concluir a 2 série, mal sabiam ler e escrever, meu irmão não terminou o ensino fundamental. Somente lembro de minha irmã lendo. Portanto, aprendi com a maturidade que muitas vezes o gosto pela leitura vem da própria pessoa, pois tentei de várias formas e maneiras incentivar minha sobrinha a gostar de ler. Lia livros infantis com ela, indicava livros legais e ela me via lendo. Porém, não adiantou, ela não gosta e não tem paciência para ler. Uma pena e tristeza para mim, pois naturalmente eu desenvolvi o gosto pela leitura, ninguém me ensinou e ela que foi super incentivada por mim, não desenvolveu o mesmo gosto.
Quanto ao seu texto, é duro constatar este fato, os jovens não gostam e não tem paciência para ler. E isto não está vinculado a classe social. Vejo amigos de minha sobrinha, que tem boa situação, famílias com bom nível social e não sabem sequer falar ou escrever. E vejo, principalmente aqui no trabalho, pessoas humildes sem recursos que desenvolvem um grande gosto pela leitura. O problema está além da classe social.
Sinceramente, a tecnológia tem seu lado bom, no entanto as facilidades atuais contribuem para o jovem não se esforçar em aprender de fato. Pesquisando na net, vc encontra tudo, sem trabalho, basta um click.
Ler, pensar, entender, interpretar e elaborar uma opinião sobre um tema, são coisas que infelzimente o jovem de hj não tem capacidade. E para conseguir isto, so tem uma forma que é ler, ler, ler e ler.
Quanto as livrarias, o que observo aqui em minha terra, conforme o Renan falou ai cima, estão sempre cheias. Porém, os stands mais procurados são: autoajuda, beleza, como ser rico, como emagrecer e a vida das estrelas. Enfim, não vemos mais pessoas comprando livros que falam sobre amizade, valores, olhar o outro, entender a vida e outros temais sociais. O que vende de fato e atrai os pouquíssimos leitores são temas fúteis e desnecessários.
Ai, e eu como uma boa leitora, adoro um bom e velho sebo.
Um abraço e ótima semana.
Jaimex,
ResponderExcluirO melhor cronista da blogosfera!
Bom...na minha humilde opinião...creio que o povo não gosta muito de ler pois, têm limitações sérias, no que se refere a interpretação de textos. Portanto, desistem ao menor sinal de uso, acima do normal, do raciocínio e concentração.
Por outro lado...acho que as famílias brasileiras não têm culturalmente, o hábito de incentivar seus filhos à lerem.
Você tocou em uma questão super interessante...algo que nunca tinha parado para pensar. As livrarias estão vazias mas, faltam ingressos para os tanto carnavais de rua da Bahia (não sabia que o preço era tão exorbitante R$ 130,00!).
O Renan sugeriu algo que realmente poderia ser implantado nas escolas, uma oficina de leitura. Mas, não como passatempo e sim disciplina mesmo (o aluno seria avaliado por isso).
Bom...é isso! Adorei sua visão comparação! Como sempre...arrasa em suas crônicas.
Um beijo enorme...Fê pautajornalistica.blogspot.com
Hoje em dia a Biblioteca tá quase sendo classificada naquelas recordações dos tempos antigos, "costume dos anos 80". É incrível ver como a capacidade crítica e o pensamento coeso torna-se produto raro principalmente na juventude... Quando resolvem emitir uma opinião, como assisti dia desses no programa de auditório da "vida inteligente na madrugada", a garotada dificilmente forma frases completas, intercalando sempre com: "tipo... assim... tipo..." retalhos de frases. Por que será? Fazer uma redação de 20 linhas é quase um martírio e castigo ferrenho para geração "futuro do Brasil". Pouco incentivo na educação? Maiores necessidades de projetos de leituras nas escolas? Sim, sempre é bem vindo... mas quanto a isso tenho uma velha opinão: "Bons costumes a gente aprende em casa!"
ResponderExcluirOs pais hoje em dia quase não leêm ou imaginam uma programação cultural com seus filhos desde a infancia, gibis são uma ótima forma de incentivo a leitura, até esses ficam perdidos nas prateleiras, daqui há alguns dias nem as velhas histórias de "Chapeuzinho vermelho ou Branca de neve" serão possíveis leituras, mas a culpa não está na rua, e sim nos valores de uma sociedade, que acha que leitura é artigo de luxo, mas tira 'da boca' pra ir aos shows que sequer fazem juz a meia entrada, renovam o guarda roupa pra cada 'balada', mas nem pisa os pés em uma livraria... E a velha música de Cazuza podia ganhar uma nova versão...
"Que futuro é esse?!"
Jaime, parabéns e obrigado por um texto de muita qualidade. Com prazer eu o reproduzi no meu blog, com a devida referência:
ResponderExcluirhttp://www.consciencia.blog.br/2009/12/livrarias-estao-fechando-por-ai-quem-se.html
Realmente é lamentável que @s jovens prefiram gastar 50 reais num show de swingueira (ARGH) a comprar um bom livro sobre, digamos, meio ambiente.
Abração
É a campanha do marketing sujo entrando de sola!!
ResponderExcluirE, por outro lado, tbm as bibliotecas virtuais, q tornam mais práticas e gratuitas a aquisição de materiais.
Mas, em minha cidade, hj com 130 mil hab., acho que não haja livrarias. Todas que abrira, e foram pouquíssimas, contadas nos dedos de uma mão só, fecharam invariavelmente, por falta de movimento. E a internet nem havia se popularizado ainda. E há anos que ninguém se aventura a abrir uma!!
Abs!
Olá!!!
ResponderExcluirFico triste em saber que muitas livrarias estão fechando. Para quem adora ler desde criança, isto é até um pecado.
Quando vou a livraria do shopping passo horas folheando livros e revistas são momentos relaxantes e fico sabendo de todas as novidades.
Acredito que inciativas como a máquina de livros (24X7) que ficam nas estações de metrô deveriam ser estimuladas, pois livros de qualidade são encontrados com preços acessíveis a partir de R$2,99... Por este preço não tem como não adquirir um bom livro, aí a desculpa vai ser a preguiça mental :)
Abraços,
Rose