Reflexões Grootescas

Fenômeno curioso esta tal de “Tati Quebra-Barraco”. Só havia ouvido falar, mas sem saber direito do que se tratava. Descobri nesta semana que passou, zapeando pela TV à noite em um programa de um tal Leão.
Dei uma olhadinha na Internet e não é que a tal Tati é um sucesso? Só no Orkut tem a comunidade da “funkeira” com mais de 9.000 membros com direito a divulgação de show exclusivo para 200 pessoas em cobertura de Hotel e buffet na festa da “musa”.
Fenômeno parecido ocorre aqui na Bahia, com o sucesso do ritmo conhecido como “arrocha”( uma lambada mais sacana com letras mais bregas ainda)) e de sua “rainha”, Nara Costa.
O que a Tati quebra-barraco e a Nara Costa tem a ver? O “sucesso”? Os “15 minutos de fama”? O mau-gosto do público?
Sim, talvez tudo isso, mas o que as duas moças tem em comum é que ambas são oriundas da chamada classe baixa da população. Pessoas que não tinham lá muita perspectiva de futuro e nem tanto acesso à outras manifestações culturais e que viram nestes estilos musicais tão contestados a chance da ascensão social, a chance se serem vistas, a chance, claro, da fama, do sucesso, do dinheiro.
Não é novidade. A mídia tenta, nestes tempos de Internet e comunicação global, um contato mais próximo ao seu público. A chamada “interatividade” é presente em diversos canais de TV, onde o telespectador “escolhe” o que quer ver, pode palpitar sobre notícias, jogos, novelas...enfim tudo o que ele faria se aquilo fizesse parte de sua “realidade”.
Gente como a gente...estrelas de novelas siliconadas , lipoaspiradas, plastificadas...tão artificiais que foram em clínicas e muitas moças sonhavam em ser como elas...sonhavam é o termo ideal. O que explica o sucesso dos “reality shows” como Big Brother, por exemplo, é justamente o sonho dessa ascensão social, o desejo da fama e do dinheiro, o sonho de uma lipo e de próteses de silicone.
A mídia – sobretudo a TV- aposta neste segmento. E dá certo. Basta lembrar da tal Cida, vencedora do último Big Brother. Para o povão é significativo o fato de “gente como a gente” derrotar modelos sarados e patricinhas siliconadas. Portanto, não se espantem se surgirem mais e mais Tati Quebra-Barracos, Naras Costa, Cidas e similares.
Afinal, estudar é chato e não torna ninguém famoso hoje em dia, né mesmo?


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Relatório da UNICEF revela que o número de adolescentes infectados com o vírus na AIDS no Brasil é crescente.
Vejo na TV uma entrevista com alguém ligado ao relatório. A pessoa diz que esses números advém de uma série de fatores, mas que os principais seriam a pobreza e a desinformação.
Tudo bem que pobreza e desinformação caminham juntas, mas em relação ao HIV e as formas de contágio, com a TV martelando dia e noite como se dão e cartazes espalhados em escolas e sedes de comunidades, com esse monte de ONG por aí...
Sei não. Só fiquei pensando...é falta de informação ou falta de formação?

Um comentário:

  1. Jaimão, meu velho... Essa Tati Quebra- Barraco é minha conterrânea. Seu maior hit era uma pérola que dizia mais ou menos assim: "Eu não gosto de p*r* pequeno!" Não conheço outras letras da referida moça, mas lembro que faz um tempo, a pobre voltou às revistas de fofoca, quando limou fora umas costelas pra ficar com corpo de deusa. E mais recentemente quando foi vovó. Sim, porque Tati Quebra-Barraco já é vovó... Uma vovó desbocada, mas vovó!

    Concordo contigo. E pelo visto, a coisa não mudou muito nos últimos cinco anos, né?

    Quer que te envie um CD na moça?

    Uahahhahhaaaaaa!!!

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