A mitificação de Nova Iorque
Nova Iorque, estes New York,Big Apple,Broadway, Wall Street...você não precisa ir a NY para “conhecer” lugares, pois a TV fala sobre eles o tempo todo. Os repórteres, com ar maravilhado, quase reverenciam estes e demais pontos da mais famosa cidade dos Estados Unidos, sonho de consumo para milhares de turistas.
Andam exagerando um pouco nesta reverência à cidade. E a reverência é aquele sentimento um tanto perigoso, pois um ser ou objeto a quem se reverencie em demasia pode atravessar a tênue fronteira entre o respeito e a devoção e, assim, chegar ao que vou chamar de “babação de ovo”. Tenho acompanhado algumas matérias em programas jornalísticos da TV aberta que ultrapassam até os limites da bajulação.
Não faz muito tempo acompanhei uma série de reportagens que levava o nome de “Crônicas de Nova Iorque”. Na verdade vi apenas dois programas da série. E um deles, justamente o último que assisti, me apresentou uma novidade extraordinária: é possível encontrar batatas, pimentões, uvas em uma feira na cidade de Nova Iorque!
Sensacional: sempre desconfiei que os novaiorquinos se alimentavam apenas com dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim todos os dias. E graças à matéria jornalistica descubro que existem outros alimentos na Big Apple além de hot dog, nuggets e refrigerantes. E o melhor: uma feira! Excelente descoberta!
E no período de Natal vemos muitas reportagens sobre as compras na grande cidade. As imagens mostram milhares de pessoas se acotovelando na chamada 5ª avenida, o paraíso das compras do lugar, uma espécie de Avenida 25 de Março em SP ou Saara no RJ – sei que vou ofender muita gente com tal comparação. E, vejam só, camelôs! Sim, na cidade considerada modelo de tudo ( lembrem-se que a todo o momento na imprensa temos alguém lembrando da chamada “tolerância zero” adotada na cidade para reduzir a criminalidade) encontramos camelôs e a repórter fala, com um entusiasmo só, que é “igualzinho a São Paulo”. Ótimo, deixamos de ser colônia e agora imitamos os maiores do mundo, um viva aos camelôs!
Sim, Nova Iorque é superlativa e provavelmente por isso tenham feito matérias com o intuito de mostrar o pequeno cotidiano que acontece na cidade, com feiras, camelôs, batatas e morangos. Um efoque turístico, é verdade. Mas o exagero acontece quando as repórteres dizem que tudo isso é um “charme”. O fato de uma feira que vende batatas e um monte de camelôs em Nova Iorque é sinônimo de charme, enquanto no Brasil tais aspectos são vistos, muitas vezes, como sinônimo de falta de higiene e desordem pública, respectivamente.
Não sei se tenho disposição para tirar um passaporte, pagar uma fortuna em passagem de avião e ser confundido com um terrorista que pretende derrubar a estátua da liberdade para comprar um quilo de abóbora com charme. Até porque creio que não encontraria nas feiras de lá bordões do tipo “Olhaí, dona Maria, banana pra alegrar o seu dia”. E os camelôs vendedores de ervas, aquelas das quais “faz o véio se animar até com a véia de casa” e suas receitas milagrosas?
Achou tudo isso grosseiro, sem charme, sofisticação? Sure, baby: it´s not New York! Lá, se um feirante soltasse um “Hey, bitch / Take a banana/ Like my dick” em ritmo de rap seria wonderful, coisa que só uma cidade como Nova Iorque, em todo o seu charme, pode proporcionar.
Primeirona!!! Provavelmente pela primeira vez... Rs
ResponderExcluirMuito bom este post, mas hj minhas idéias não estao boas nem para fazer comentarios!! rs
Bjao
Tá certo... mas que não abro mão de ir lá assim que puder, não abro, não!... (se eles me deixarem entrar, 'bienantândí'...) Beijos!
ResponderExcluirPrazer tê-lo de volta Jaime. Faz falta a sua inteligência e perspicácia aqui na nossa rica e pouco navegada blogsfera. Eu estou com Sá e Guarabira, quando o assunto é NY. Conhece o Ziriguidun Tchan?
ResponderExcluirNova iorque é ali
Tão perto daqui
O piloto sorri
Lá se vai o avião
Eles são o que rola
Eles fazem a moda
Nova iorque é mais perto
Que o sertão
Nova iorque é ali
Tão perto daqui
Oito horas de vôo
E ilusão
Nós pisamos na bola
Eles ganham em dólar
Nova iorque é mais perto
Que o sertão
Walk, don't walk now
Ziriguidum tchans
Ziriguidum tchans
Se a viagem nos faz
Brasileiros demais
Cucarachas gerais
Na multidão
Essa ilha sem paz
Não descansa jamais
Nova iorque é mais perto
Que o sertão
Escondidos no fundo
Do umbigo do mundo
John nunca se encontra
Com joão
Eles não se interessam
Eles não se conversam
Nova iorque é mais perto
Que o sertão
Abração. paz e bem.
Nova Iorque é o tipo de cidade que enche os olhos de qualquer um que não conhece (eu não conheço). Tem suburbios, esgotos cheios de baratas e ratos, linhas de metrês e trens gigantescas, e uma infinidade de coisas a descobrir, como mercaddos municipais e também aqueles redutos de estrangeiros, chineses, portugueses, gregos e etc....
ResponderExcluirAcredito que deva ser interessante, mas na minha lista de lugares para conhecer antes de morrer ela está no fim da lista...sou mais o Cairo ;O).
Beijocas enooormes
Fala a verdade Jaimex? Tu não foi para o Sertão coisa nenhuma nessas férias! Tu foi é para Nova York, Oxente!!! Rsrsrs...
ResponderExcluirFalando sério, não sou louca para ir a NY... É uma cidade como outra qualquer! Lógico, não recusaria um convite, mas não acho ISSO TUDO que pintam de lá...
Beijinhos!
Adorei o New look do blog!